Por Dirceu Góes**
Eu acredito em sonhos utópicos. Enfim, para mim a utopia pode ser construída e se transformar em realidade, ou seja, em obras concretas que distibuam benefícios pessoais e sociais para os envolvidos com a elaboração de um projeto, qualquer projeto, antes considerado utópico, cujo sinônimo traz a marca de “impossível”.
Entretanto, desconfio que o único item a não se encaixar na transmutação da utopia em realidade seja a pseuda infantilidade, inocência, idiotice (como queiram) política!!!
Na minha análise, o panfleto “Se eu fosse reitor” ou “Reitor ideal”, com seus vários e exaustivos “mandamentos”, é um daqueles textos que numa rápida leitura emotiva nos leva a considera-lo como uma bandeira de luta justa, heróica e, por que não dizer, utópica. Um texto ao qual se poderia ilustrar com o ícone do “Che” Guevara, Mariguela, o Homem de Lata do filme “Para Além do Arco-Íris”, o “Chapeleiro Maluco”, sei lá, o freguês é quem escolhe…
Mas ao contextualiza-lo para extra muros da UESB, mais precisamente junto aos governos e as empresas estatais de Vitória da Conquista, da Bahia e do Brasil, cujos gestores neste momento provêm de uma esquerda sindicalista que da utopia chegou ao poder e se aperfeiçoou na criação de milhares e até milhões de cabides de empregos para favorecer os “companheiros” com ganhos materiali$ta$ enfiados até na cueca (uma prática bem ao gosto também da direita capitali$ta como se viu), o documento começa a ruir e se esvai como a fumaça de uma cigarrilha cubana…
Que me desculpem o autor e o divulgador do panfleto “Se eu fosse reitor” ou o “Reitor Ideal”, mas eu não acredito que se chegassem ao posto máximo de comando da UESB viessem a respeitar e aplicar um único dos 26 itens alardeados pelo documento. Tenham a certeza, colegas, que se tentassem impor qualquer uma das regras por vocês elaboradas imediatamente se tornariam iguais em prepotencia a tantos reitores que já passaram pela Instituição. Além do que seriam engolfados e triturados pelo sistema do qual fazemos parte e culturalmente contribuímos para formatar suas feições…
Eu sei que de inocentes políticos vocês não têm nada, mas essa tentativa de definir o perfil do “Reitor Ideal” é exercício inútil e perda de foco na análise de questões que verdadeiramente importam aos concorrentes do processo sucessório no comando da Universidade.
Por exemplo, voces já leram o destaque dado no próprio site da UESB sobre a verba milionária, que pela primeira vez em oito anos a administração vai gerir diretamente, sem a tutela da SAEB, em obras nos campi de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista? No mínimo é ou não é para se desconfiar de tão generosa “autonomia”, justamente no ano em que se tem eleições para reitor, para governador, para deputados/senadores e presidente do país. Certamente, muito certamente, esta deve ser uma daquelas coincidências utópicas…
Ademais, se tudo o que acabo de escrever for considerado como empáfia, se não tiver a mínima importância, permitam-me então um breve pitaco: municiem-se dos títulos necessários, armem o seu jogo na justa e concorram nas eleições para Reitor e Vice-reitor da UESB. A inscrição de chapas vai até o dia 10 de março. A probabilidade de uma vitória existe, bem como a flexão da condicional contida na expressão utópica “Se eu fosse Reitor” em personificação palpável dos compromissos inerentes ao “Reitor Ideal”. Depois, contem-me o resto da história…
Atenciosamente,
**Dirceu Góes
Profº de Radiojornalismo I e II da UESB.
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