sábado, 20 de março de 2010

"Na bolsa dos Valores, O Humanismo anda em baixa."



por Isaac Bonfim em
comunidade no orkut

Parece incrível que nós, seres humanos, consigamos ter uma visão tão mesquinha, egoísta e rasteira de uma determinada situação e não quero soar ofensivo ou arrogante, mas não consigo pensar em outras palavras para classificar o que hoje parece ser consenso entre a sociedade conquistense. 

Estamos vivendo novos tempos em nossa cidade onde homicídios mal explicados se tornaram números nos plantões policiais e apenas isso, o direito à vida, ao julgamento, à defesa, enfim ao “Estado de direito” parece ser exclusivo dos que possuem também o direito ao consumo de forma “legal”, a violência gratuita e hedionda que assola os bairros periféricos da cidade se tornou banalizada por aqueles que se consideram os verdadeiros donos da polis, como se a marginalização do outro fosse apenas uma vontade do individuo e não o resultado da desigualdade, da falta de educação, da falta do que vestir, do que comer, enfim... de condições básicas para que qualquer ser humano possa ser, de fato, alguém.

Não defendo o crime e nem o criminoso, mas não há de existir pior caminho para a resolução do problema da criminalidade do que a idéia de matar indiscriminadamente qualquer individuo que nela esteja inserido, e é justamente este o caminho que grande parte da sociedade conquistense parece escolher para sentir segurança. Autorizando quem quer que seja a matar colocamos em cheque o sentido de humanismo, é como deixar a senha para a completa irracionalidade, é declarar uma guerra onde não terá vencedores.

O discurso acomodado do principio natural da violência é enfadonho, desanimador e covarde, é mesquinho, egoísta e rasteiro, é enfim desumano. E para os que acreditam nesse discurso, deixo Brecht falar por mim:

“Quanto mais numerosos os que sofrem, 
mais naturais parecem seus sofrimentos, 
portanto. Quem deseja impedir que se molhem os peixes do
mar?
E os sofredores mesmos partilham dessa dureza contra si e deixam que
lhes falte bondade entre si.

É terrível que o homem se resigne tão facilmente com o existente,
Não só com as dores alheias, mas também com as suas próprias.
Todos os que meditaram sobre o mau estado das coisas recusam-se a apelar
à compaixão de uns por outros.

Mas a compaixão dos oprimidos pelos
oprimidos é indispensável.
Ela é a esperança do mundo."


Nota: No texto: “Quem fala em nome da UESB?” alguns indivíduos com dificuldade em interpretação de texto – imagino que seja isso – não conseguiram entender que o principal foco do texto não era a polícia e sim a administração central da UESB que em um atitude anti-democrática e sem nenhum tipo de consulta à comunidade acadêmica se coloca favorável a essa ou aquela atitude de uma instituição que passa por uma investigação a pedido de órgãos da sociedade civil e do próprio estado.

Me Retiro da discussão sobre esse assunto por entender que não existe pior modo de discussão do que aquela que vai ao campo pessoal. 

Alguns não conseguem entender que pontos de vista foram feitos para serem respeitados.

Apesar de não concordar com o pensamento nazista de alguns dessa comunidade, reitero meu respeito a essas pessoas, mas lamento profundamente pelo estágio de desenvolvimento de suas consciências.

Saudações!

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