por Arilano Castro Gomes**
Não pudemos mais negar: o Ensino, a Pesquisa e a Extensão não são mais uma realidade concreta na UESB, pois os “resultados proclamados” após o resultado das eleições para reitor coloca em xeque o sentido pleno dessa instituição.
Existem, no seio do governo Wagner, dois grupos se digladiando e proclamando cada lado como vencedor da eleição para Reitor. É grande o enxame de emails que estão a nos chegar, dos dois lados, tentando esclarecer “o resultado daquelas eleições”. Os discursos cada um é mais contundente do que o outro, no sentido de se reafirmar a argumentação almejada, principalmente sobre o prisma do que vai se assentar na mesa do governador Jacques Wagner. Os dois lados que se digladiam, por terem representações no seio da base aliada do governo – um tem o líder do governo a frente, outro tem deputados do PDT e outras “lideranças ao seu lado” -, se dizem merecedores do aval da caneta do governador. E assim vai…
O que esta sendo deixado de lado é o outro lado dessas eleições. Após “a proclamação do resultado” pela Comissão Eleitoral, pôde-se constatar o grande desleixo em que se encontra a UESB, o que não é de agora. Esse desleixo pode ser notado, no processo eleitoral, pela grande quantidade de votos anulados e votos em branco e o mais primordial, pela grande quantidade – principalmente pelo lado dos estudantes o grande motriz dessa instituição – de membros da comunidade que deixaram de “comparecer as urnas”. E esse não comparecimento teve uma grande razão de ser. Além dos desafetos que votaram nulos e deixaram os votos em branco, como os que deixaram de comparecer, trouxeram a tona a triste realidade da UESB: nada em si na Instituição está funcionando sobre o prisma de uma educação plena. E o mais interessante dessa análise é a grande constatação de que o governo Wagner não tem nenhum projeto – como, também, interesse – em fundamentar uma educação de qualidade no estado da Bahia. Se assim esse governo de fachada o fizer, com certeza estará, mais do que nunca, configurando a sua incapacidade de administrar esse estado. Aliás, essa incapacidade já foi até mesmo reconhecida pelo próprio governador, quando ele em desespero saiu atrás dos “carlistas puros sangues”, como a excrescência do senador Cesár Borges, o qual deu-lhe as costas, mas que o governador acabou ficando no consolo, com o apoio de outra excrescência, o ex-governador calista Oto Alencar. E assim vai.
Mesmo com toda essa realidade, que ninguém pode negar, o digladiar se acirra na UESB. Mas o que está por trás desse digladiar, nada mais, nada menos é o buscar os cargois e as benesses que o governador tem a oferecer para a UESB. O que está é jogo é fazer da UESB mais um trampolim político para interesses estapafúrdios e que não atinge em cheio o desejar de sua comunidade: melhores salários para seus profissionais: professores e servidores técnicos administrativos – para que os serviços pertinentes a uma boa educação aconteça -, melhores investimentos na infra-estrutura – não no intuito de dar uma boa cara na fachada física, para aqueles que por ela circundam – que venham a propiciar melhores condições de trabalho, investir na qualificação de tudo o que se faz necessário para que a educação se consolide, propiciar que aos estudantes sejam garantidos condições plena para uma boa educação e que formem bons cidadãos e não mero robôs para o “pleno capital” e que a UESB seja associada ao pleno desenvolvimento das comunidades nas quais ela se insere – assim como já foi em passados recentes -. E assim vai.
Se o governador tiver um mínimo de decência e de respeito à comunidade uesbiana, o melhor que ele poderá fazer será eliminar todo o processo eleitoral que ocorreu, descartando as três chapas que participou desse processo, vindo até a comunidade ouvindo seus reclamos e sendo propicio aos seus pleitos, pois isso ocorrendo com certeza teremos de fato uma instituição que preserva uma educação plena e teríamos condições de dar pleno funcionamentos as suas áreas de ensino, pesquisa, extensão e de solidez aos trabalhos de seus técnicos administrativos. Para isso deveria ser respeitado somente o direito de viverem a realidade da instituição somente os plenos concursados (sejam professores e ou servidores) e assim seria fomentada ao alunado a educação que, embora hoje esteja somente no discurso, todos nós almejados. Mas com certeza esse sonho está longe de se concretizar.
Enquanto esse sonho não deixa de ser uma utopia, pelo visto parece que continuaremos a ver a UESB somente no descaminho. E até que chegue o resultado desse digladiar, parece que teremos somente duas dúvidas: continuaremos a sermos subjugados pelos péssimos gestores que hoje temos ou voltaremos a sermos subjugados por gestores – hoje muitos detratores- que já nos assolaram? E assim vai…
Graças a Deus que ainda temos na UESB algumas nuances de racionalidade, o que foi demonstrado pelo “resultado oculto” da eleição para Reitor, e que ainda existem quem ainda luta por ela, mesmo que se prenuncie tardio… E com certeza ainda haveremos de ver a instituição vencer, em detrimento de quem pessimamente a rege.
**Arilano Castro Gomes
Ex-professor substituto, ex-aluno de graduação e aluno de pós graduação
Sempre UESB
fonte: Blog do Paulo Nunes
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