por Mariana Lima
É lamentável o oportunismo e a incoerência do radialista (político-candidato) Hérzen Gusmão, mais uma vez demonstrados no processo eleitoral da UESB, ainda inacabado.
Em 2002, o então candidato Abel Rebouças, PERDEU AS ELEIÇÕES PARA REITORIA DA UESB. Mesmo derrotado, aceitou ser nomeado. Na votação paritária Abel ficou em segundo lugar, com 33% dos votos e a chapa vencedora, que tinha a Professora Ana Angélica como Vice-Reitora, teve 53%. Na época, com 21 votos de frente, Abel alegou que vencera as eleições pelo voto universal. No entanto, esta modalidade de votação, VOTO UNIVERSAL, por ele utilizada para proclamar-se vencedor, não fazia parte do regimento eleitoral.
Por conveniência e oportunismo, Abel, com o apoio do seu grupo político, do qual faz parte o hoje candidato a reitor Paulo Roberto, pediu ao governador do Estado para ser nomeado, desrespeitando o regimento eleitoral que havia estabelecido VOTO PARITÁRIO.
O grupo de Abel e Paulo Roberto nunca defendeu o voto universal; seja naquela ocasião, seja em qualquer outro momento.
Na época, o radialista Herzem Gusmão defendeu com veemência a nomeação de Abel. Tempo depois, o radialista Hérzen é nomeado pelo já Reitor Abel para ocupar o cargo de Assessor Especial da Reitoria, com salário de aproximadamente, R$ 2.800,00 e a Diretora da rádio que ele comanda foi nomeada para um cargo de gerência, com salário em torno de R$ 1.700,00. E esses dois cargos exigem o cumprimento de carga horária de 40 (quarenta horas), jornada essa, que nunca foi cumprida. QUE COINCIDÊNCIA ...
E O TEMPO PASSA… Eis que o radialista se candidata a Prefeito, com o apoio de Abel…
Já fora da UESB, eis o radialista almejando uma candidatura a Deputado federal, só que Abel também… veio a rusga e o desentendimento provisório entre os dois. Tentando tirar proveito político das eleições da UESB, o radialista articulou-se com um dos candidatos a reitor e passa a defender voto universal.
Inviabilizada a candidatura a Deputado Federal de Abel e rechaçado pelo candidato a reitor, a quem dera seu apoio, que o desqualificou chamando-o de VENAL e de BOCA DE ALUGUEL, o radialista Herzem Gusmão VOLTA A SER PROCURADO pelo grupo de Abel.
As eleições para reitor da UESB ocorreram no último dia 20 de maio e mesmo com a manipulação do colégio eleitoral – com mais de 50 votos de pessoas que foram nomeadas pelo reitor e que não são nem professores nem funcionários-, Ana Angélica e Luiz Otávio tiveram 569 votos a mais, no total de votantes, do que Paulo Roberto e Rech (candidatos de Abel). No voto paritário, como está regulamentado, os candidatos ficaram empatados tecnicamente, uma vez que a diferença entre ambos é de apenas 1,3% dos votos em favor do candidato Paulo Roberto. Não fosse a manipulação do colégio eleitoral, com os votos de livre-nomeados, feita pelo grupo de Abel, ANA ANGÉLICA E LUIZ OTÁVIO GANHARIAM.
Assim, é no mínimo curioso que, antes mesmo do anúncio oficial do resultado das eleições, o radialista Herzem Gusmão tenha se posicionado em favor da nomeação de Paulo Roberto, em detrimento de Ana Angélica; que segundo o critério do voto universal – “que ele sempre defendeu” – venceu seu adversário por uma diferença de 569 votos.
A democracia não pode sobreviver sem uma imprensa livre e independente. O ato de informar, o debate de idéias e posições contrárias é essencial à cidadania. O posicionamento de cada jornalista e radialista é aceitável, mas a manipulação e utilização político-partidária da imprensa, em comunhão com órgãos públicos, é um desserviço à vida social saudável e à vida coletiva.
Resta então a pergunta: quais interesses estariam por traz desse posicionamento?
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